Pesquisadoras do Cecult lançam livros premiados

Criado em: 15/10/2018 - 12:15 | Alterado em: 15/10/2018 - 12:21

Em mesa-redonda as autoras apresentam resultados de suas pesquisas sobre a história social do trabalho no Brasil e na África

Por Leonardo Fernandes

O Centro de Pesquisa em História Social da Cultura da Unicamp (Cecult-IFCH-Unicamp), a Editora da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e a Fundação Dr. Antonio Agostinho Neto realizam o lançamento dos livros Ferreiros e fundidores da Ilamba. Uma história social da fabricação de ferro e da Real Fábrica de Nova Oeiras (Angola, segunda metade do séc. XVIII), de Crislayne Alfagali, e Os direitos das mulheres: feminismo e trabalho no Brasil (1917-1937), de Glaucia Fraccaro. O evento ocorrerá no dia 18 de outubro, a partir das 15 horas, na Sala da Congregação do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Depois de participar da mesa redonda “Trabalhadores e trabalhadoras no Brasil e na África”, as autoras  farão uma sessão de autógrafos na Livraria da Editora da Unicamp (IEL), às 16:30h.  

Em Ferreiros e fundidores da Ilamba, Crislayne Alfagali desvenda o modo como os centro-africanos lidaram com a inciativa colonial de instalar uma fábrica de ferro na região da Ilamba, em Angola, durante a segunda metade do século XVIII. Fruto de uma tese de doutorado defendida no Programa de Pós-Graduação em História da Unicamp, o livro é o resultado de uma investigação realizada em arquivos de Angola, de Portugal e do Brasil. Com base nessas fontes, a autora demonstra como os artesãos Ambundos, que conheciam técnicas de mineração e fundição, conseguiram produzir ferro e aço à sua maneira e estabelecer ritmos de trabalho diferentes dos impostos pelos admi­nistradores coloniais. Ao privilegiar o ponto de vista das lideranças políticas e dos trabalhadores centro-africanos, o livro conta uma nova história da construção da Real Fábrica de Nova Oeiras.

Em Os direitos das mulheres, Glaucia Fraccaro analisa a par­ticipação das mulheres no mercado de trabalho e nos sindicatos de São Paulo no início do século passado. Das greves de 1917 à instauração do Estado Novo em 1937, o livro abrange um efervescente período para a conquista de novos direitos das mulheres, como a licença maternidade, a igualdade salarial e a regulação da jornada de trabalho. A obra, também fruto de tese de doutorado defendida no Programa de Pós-Graduação em História da Unicamp, revela como estes dispositivos legais, que até hoje regulam a vida das trabalhadoras, só se tornaram realidade graças ao engajamento dos movimentos operários e feministas no Brasil. A investigação também traz à tona a ligação entre os movimentos sociais empreendidos por essas mulheres com as redes internacionais do movimento feminista, apresentando detalhes de uma história transnacional que permanecia ignorada.

Obras premiadas - O livro Ferreiros e fundidores da Ilamba recebeu o Prêmio Internacional de Investigação Histórica Agostinho Neto, edição 2017/2018. O concurso, patrocinado pela Fundação Dr. António Agostinho Neto e pelo Instituto Afro-brasileiro de Ensino Superior, é realizado a cada dois anos. Nesta edição concorreram 36 obras representando oito países: Angola, Brasil, Cuba, Guiné Bissau, Portugal, Suécia, Venezuela e Camarões. Já Os direitos das mulheres foi contemplado com o prêmio Mundos do Trabalho em Perspectiva Multidisciplinar da Associação Brasileira de Estudos do Trabalho (ABET), em 2017.

Serviço:

A mesa redonda “Trabalhadores e trabalhadoras no Brasil e na África” terá lugar no dia 18 de outubro, a partir das 15 horas, na Sala da Congregação do IFCH. Após o debate, ocorrerá, às 16h30, uma sessão de autógrafos na Livraria da Unicamp – IEL, na Rua Sérgio Buarque de Holanda, 571. O evento será aberto ao público, sem necessidade de inscrição prévia. Para maiores informações, acesse no Facebook a nossa fanpage. Além dos exemplares à venda durante a sessão de autógrafos, é possível adquirir o livro Os direitos das mulheres através do site da editora da FGV.