Você já escutou “Pelo telefone”, música composta por Donga, considerada a certidão de nascimento do samba? Ou leu “Bromilíadas”, paródia do poema épico Os lusíadas, de Luís de Camões, escrita pelo poeta Bastos Tigre e que servia como anúncio de um famoso xarope para tosse? Conhece os passos desengonçados do cakewalk, dança criada pelos escravos nas antigas fazendas do Sul dos Estados Unidos, para debochar do jeito de andar de seus senhores? Nos livros da Históri@ Illustrada, essas referências deixam de ser simples menções curiosas para ganhar destaque.
Idealizada pelo Cecult e publicada pela Editora da Unicamp, a coleção de e-books dedicada à História Social e da Cultura permite que o leitor consulte o material documental utilizado pelos autores, simultâneo à leitura. Basta clicar nos links ao longo do texto para ter acesso a inúmeros recursos audiovisuais, como áudios, vídeos, imagens e fac-símiles de documentos.
Atenção professores! Cada livro da Históri@ Illustrada também conta com um vídeo exclusivo, que apresenta os pontos mais importantes das obras. O material foi produzido para ser usado como ferramenta de ensino em sala de aula. Você pode acessá-lo gratuitamente no canal do Cecult no YouTube.
COMO LER
Os e-books da Coleção Históri@ Illustrada podem ser lidos em diversos dispositivos eletrônicos, como computadores, tablets, celulares ou em leitores de livros digitais (também conhecidos como e-readers) – como, por exemplo, o Kindle, o Kobo e o Lev.
Para ter acesso aos livros, o primeiro passo é baixar um aplicativo de leitura. Este pode ser obtido nas livrarias digitais ou em sites especializados. Descubra qual o sistema operacional do seu dispositivo de leitura: se for Android, use o Google Play Livros; se for IOS, use o iBooks; e, se for Windows ou MacOS, use o Kindle ou o Kobo. Você precisará de um e-mail pessoal para efetuaro cadastro. Alguns navegadores, como o Edge (Windows 10), também possuem recursos para ler e-books.
Cada livro custa R$ 14,00 e pode ser adquirido no site da Editora da Unicamp, basta clicar aqui.
OS LIVROS
“Não tá sopa”: Sambas e sambistas no Rio de Janeiro, de Maria Clementina Pereira Cunha, é o primeiro título lançado pela Coleção Históri@ Illustrada. O livro conta a história do samba a partir do cotidiano de seus criadores, buscando estabelecer as diferenças entre grupos de sambistas que incluíam músicos como, entre outros, João da Baiana e Ismael Silva. No início do século XX, entre os “baianos” da Cidade Nova e os ditos “malandros” do Estácio, as dissonâncias iam bem além da música. Resultado de mais de uma década de pesquisa em um rico conjunto documental, a obra desconstrói alguns lugares-comuns sobre o tema, como a ideia – estabelecida desde o Estado Novo – de que o samba era uma música homogênea que expressava a suposta democracia racial do país. O vídeo que acompanha essa obra intitula-se "Sambas e Sambistas" e pode ser visto aqui.
Em Estilo moderno: Humor, literatura e publicidade em Bastos Tigre, de Marcelo Balaban, somos apresentados ao literato Manuel Bastos Tigre (1882-1957). Mais conhecido pelo pseudônimo Dom Xiquote, o escritor pernambucano alcançou fama de humorista de primeira linha, graças às suas crônicas, aos seus poemas e às suas anedotas, e também a peças teatrais como O maxixe, inspirada na rebolativa dança carioca. Contemporâneo de escritores como Lima Barreto, Olavo Bilac e João do Rio, Bastos Tigre também fez muita publicidade – o que desagradava seus pares, que o consideravam mais “comercial” que artístico. Apesar de esquecido pela crítica literária, seu legado sobrevive como autor de slogans publicitários como “Se é Bayer, é bom”, repetido por várias gerações de brasileiros. O vídeo que acompanha essa obra, "Humor, Literatura e Publicidade", pode ser visto aqui.
O e-book Da senzala ao palco: Canções escravas e racismo nas Américas, 1870-1930, de Martha Abreu, acompanha o sucesso das expressões musicais criadas por descendentes de africanos escravizados e a ascensão de artistas negros no Brasil e nos Estados Unidos, nos teatros e nos primórdios da indústria fonográfica. Alguns gêneros musicais, como cakewalks, ragtimes, lundus, batuques e maxixes, eram assimilados pelo público, que chegava a se divertir com os estereótipos racistas divulgados nas capas de partituras e apresentações. Mesmo assim, essas performances permitiram a visibilidade de músicos negros que deram os primeiros passos na conquista dos direitos civis na sociedade da época, como é o caso de Eduardo das Neves, no Brasil, e de Bert Williams, nos Estados Unidos. O vídeo que acompanha essa obra, "Canções escravas e racismo nas Américas", pode ser visto aqui.