"Estilo moderno": percepções e conflitos acerca da modernidade

Criado em: 17/10/2017 - 14:59 | Alterado em: 17/10/2017 - 15:03

O mais recente número da Revista Escrita da História, organizada por alunos pós-graduação em historia de diferentes instituições, publicou uma resenha do livro Estilo moderno: humor, literatura e publicidade em Bastos Tigre, de Marcelo Balaban, segundo volume da Coleção Históri@ Illustrada.

O texto, assinado por Vanessa de Jesus Queiroz, mestranda em história social pela Universidade de Brasília (UnB), chama a atenção para o mote da obra: por meio da trajetória de Manuel Bastos Tigre, Balaban resgata a experiência histórica dos “homens de letras” nas primeiras décadas do século XX no sentido de definir a modernidade e, de certo modo, diretrizes para o futuro do Brasil.

Na época, marcada por transformações e indeterminações, inclusive do que é ser moderno, surgiam novos gêneros literários relacionados aos novos tempos e nos quais Bastos Tigre se destacava, assinala a autora: o humor trocadilhesco e a sátira com sentido político, entre outros estilos humorísticos.

O humor era parte central daquela realidade histórica e social, bem como era visto como um meio de se contrapor ao passado. Para além de sua função social de fazer rir, o humor era visto, por Bastos Tigre e contemporâneos, como “forma de informação e posicionamento político, além de instrumento de legitimação social, revelador de relações entre grupos, noção ligada a valores de modernidade, raça, status, nacionalismo, progresso, civilização e outros das primeiras décadas do século XX”, afirma a autora da resenha. Desse modo, “o riso, que buscava seu lugar de legitimação perante a literatura tradicional, era coisa séria, relacionada aos novos tempos, repletos de indeterminações”, complementa Vanessa.

Estilo moderno, portanto, não se resume a uma biografia pura, reitera a autora; diferentemente, o personagem e as questões de seu tempo aparecem relacionados na obra de Balaban, que evidencia conflitos, percepções e, inclusive, questionamentos dos sujeitos aos valores de seu tempo.

Leia a resenha, publicada no número 7 da Revista Escrita da História.