Tese sobre fábrica de ferro em Angola ganha prêmio e publicação

Criado em: 18/09/2018 - 08:23 | Alterado em: 22/09/2018 - 09:52

Crislayne Alfagali recebeu o Prêmio Internacional de Investigação Histórica Agostinho Neto, edição 2017/2018, pela obra intitulada Ferreiros e fundidores da Ilamba. Uma história social da fabricação de ferro e da Real Fábrica de Nova Oeiras (Angola, segunda metade do séc. XVIII).

O concurso, patrocinado pela Fundação Dr. António Agostinho Neto e pelo Instituto Afro-brasileiro de Ensino Superior, representado pela Faculdade Zumbi dos Palmares, é realizado a cada dois anos. Nesta edição concorreram 36 obras representando oito países: Angola, Brasil, Cuba, Guiné Bissau, Portugal, Suécia, Venezuela e Camarões.

Além do prêmio conferido a Crislayne Alfagali, foram concedidas menções honrosas a Thiago Henrique Mota e João José Reis com as obras História Atlântica da Islamização na África Ocidental- Senegâmbia, séc.XVI e Ganhadores. Trabalho africano, controle e conflito na Bahia Urbana (Séc.XIX), respectivamente.

Ferreiros e fundidores da Ilamba foi originalmente defendia como tese de doutorado no Programa de Pós-Graduação em História da Unicamp, sob orientação de Silvia Hunold Lara, em maio de 2017. A pesquisa foi realizada em arquivos e bibliotecas do Brasil, Portugal e Angola, com financiamento da Fapesp. O livro analisa as estratégias centro-africanas diante da instalação de uma fábrica de ferro na região da Ilamba, mostrando como os artesãos Ambundo enfrentaram o dominínio colonial português e conseguiram manter em seu poder os conhecimentos e os benefícios que a metalurgia lhes conferia.

A obra foi publicada pela Fundação Dr. Antonio Agostinho Neto (Luanda, 2018) e será comercializada em Angola e no Brasil. Seu lançamento no Brasil está previsto para 18 de outubro próximo, na Unicamp.