O livro Conspirações da raça de cor, de Iacy Maia Mata, aborda a participação de escravos e negros livres em conspirações e insurreições antiescravistas e anticoloniais na região oriental de Cuba entre as décadas de 1860 e 1880. A obra integra a coleção Várias Histórias, coordenada pelo CECULT e publicada pela Editora da Unicamp.
Baseando-se em fontes como testamentos, censos, processos e correspondências da administração colonial, a historiadora analisa o complexo sistema de classificação racial em Cuba, as diversas clivagens internas à população de cor, as transformações no vocabulário político dos não brancos e a aproximação entre negros e mulatos para fins de mobilização política.
Na obra, Iacy mostra ainda como, no interior do movimento anticolonial, negros e mulatos se uniram sob a expressão “raça de cor” na luta por seus direitos. Paralelamente, vale-se da documentação para contar sobre o que estaria na raiz das sublevações – por exemplo, as determinações legais para coibir casamentos inter-raciais.
A obra analisa, desse modo, os modos pelos quais “raça compôs a gramática dos que lutaram contra o domínio colonial e a escravidão”, como assinala a professora Wlamyra Albuquerque, do Departamento de História da Universidade Federal da Bahia (UFBa) em resenha sobre o livro.