Lançado novo volume da História Social da Língua Nacional que trata da Diáspora Africana

Criado em: 15/12/2014 - 14:19

A Editora Nau acaba de lançar o segundo volume da História Social da Nacional Língua Nacional, intitulado Diáspora Africana. Organizado por Ivana Stolze Lima e Laura do Carmo, o livro é fruto de um seminário realizado na Fundação Casa de Rui Barbosa e reúne ensaios e análises de história, linguística e literatura, além de textos de ativistas e lideranças religiosas em torno da relação entre a diáspora africana e a formação da língua nacional no Brasil. Baseado em um diversificado leque teórico e documental, o livro pretende oferecer tanto referências e parâmetros básicos,como novos caminhos de pesquisa. A experiência de africanos e descendentes e as diferentes questões ligadas a suas formas de comunicação, cultura e trabalho são consideradas sob a luz de abordagens da área de linguística - com a discussão sobre as línguas africanas transplantadas para o país, as formas e consequências do variado contato linguístico com o português e línguas indígenas, a questão das línguas crioulas, entre outras. Ao mesmo tempo,sua dimensão histórico-social, literária e artística é problematizada, com suporte nas pesquisas que têm apontado os vínculos do Brasil com a história da África e do mundo atlântico.O livro inclui uma preocupação com as ações atuais de identidade e política relacionadas direta ou indiretamente às questões da língua, que aparecem por exemplo nas comunidades quilombolas e de terreiro.

A coletânea traz, ao final, uma seção intitulada “Referências” que disponibiliza verbetes com mapas e conceitos linguísticos, dados estatísticos e exemplos documentais de imagem e texto. A partir da proposta de entender a escravidão, o tráfico de escravos e a formação histórica e contemporânea do mundo atlântico como um fenômeno de línguas e homens que se encontram, com suas formas de contato e as possibilidades e impossibilidades de comunicação, reflete-se sobre o processo através do qual a língua portuguesa torna-se uma língua nacional, marcada por diferentes memórias, linguagens e formas de comunidade.