Este projeto pretende identificar os estudantes naturais de Angola matriculados na Universidade de Coimbra entre os anos de 1700 e 1850. Nos estatutos da Universidade, vigentes no século XVIII e meados do século XIX, não havia nenhum impedimento para o ingresso de pessoas de cor em seu corpo discente. Nesse sentido, naturais dos domínios em África e descendentes de africanos nascidos na América, na sua maioria pardos e mulatos, frequentaram e deixaram resgistros da sua presença nas faculdades de Coimbra. Os estudantes naturais de Angola constituíram um conjunto diverso em termos sociais. Uma forma de identificar essa diversidade é a indicação da filiação, tanto pela sua ausência, quanto pelo reconhecimento imediato de famílias reinóis e crioulas. Para essa pesquisa, interessa particularmente a trajetória (em Coimbra e no retorno à Angola) dos filhos da elite crioula, composta por mestiços e africanos integrados à sociedade colonial. Desse modo, a pesquisa atenta para a particularidade e o significado da condição 'intermediária' na carreira acadêmica; o lugar da experiência de inserção social e política no Reino; o impacto dos novos marcadores 'raciais' da diferença, bem como do debate em torno da abolição da escravidão e a cidadania da gente de cor na vida dos estudantes. Bolsa de Produtividade científica - Chamada CNPq N. 09/2020.